O Sono dos Fracos
Porque eu sou tão nervoso,
Tudo se repete dessa vez,
Mundo louco, mundo insano, nebuloso,
Na sua maldita escassez
E tudo acontece tão rápido,
Que eu nem consigo puxar o freio.
Um pensamento claro é raro,
É aquilo que eu mais anseio.
Nem mesmo os que me amam entendem,
Essa tal voracidade das minhas idéias,
As loucuras da minha mente,
E o meu espelho me compreende?
Não posso, não vou!
Desculpar-me com o passado, nem pensar!
Mas direi eu “Olá” para o futuro?
Se eu disser, o que vai me aguardar?
Repito, as coisas acontecem tão rápido,
E logo o agora virou passado,
Meu amanha virou ontem,
E qual foi meu legado?
Não quero existir com esses pensamentos conturbados,
Tão maltratados, mal amados.
Quero a paz, a razão,
Muito mais isso do que uma triste emoção!
Enquanto eu durmo, posso o mundo mudar?
Em meus sonhos, distante, é possível,
Mas do que vale imaginar, pensar sem realizar?
Nada mais que uma tortura terrível.
A qual sono me refiro?
Aquele da existência, dos fracos, uma hipnose,
Daqueles que ficam para sempre no mesmo lugar,
Não mudam, não adianta nem tentar.
É só mais um triste castigo,
E disso qual a conclusão?
Vou parar de dormir, de sonhar,
O ser humano perde muito tempo em sono profundo,
Ao invés de o mundo, o seu mundo, mudar.