Espelho
No cair da noite, quando olho para dentro,
Vejo algo confuso, um reflexo sem alento,
Opaco e disforme, ao mesmo tempo brilhante e cinzento.
Eis a essência humana, em eterno questionamento.
Quando surge a luz, me encanto com seu brilho,
É tão potente e belo, que a maior estrela poderia ofuscar.
Quando, porém, surge o negrume,
Assusta-me a sua face de maldade, que o mais puro coração faria gelar.
E assim é a alma, preta e branca ao mesmo tempo,
Revelando-se lentamente, porem sempre ocultando segredos.