As palavras
São como um cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas. (...)
Quem as escuta? Quem
as recolhe, assim,
cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?
(Eugénio de Andrade)
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas. (...)
Quem as escuta? Quem
as recolhe, assim,
cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?
(Eugénio de Andrade)
HÁ PALAVRAS QUE NOS CALAM...
Há palavras que nos calam,
amordaçam-nos
e abafam-nos os gemidos.
Há palavras que nos derrubam,
fazem-nos cair e perder os sentidos.
Há palavras que nos machucam
e fazem nossas lágrimas correr, a fio.
Há palavras que constroem barreiras,
muros de angústia e sofrimento.
Há palavras que nos matam,
sem, no entanto, nos tirar a vida.
Outras há que nos dão vida,
alento, ninho, guarida.
Há palavras que nos acariciam,
sem que sintamos seu toque.
Há palavras que nos curam
de todo o mal,
de toda angústia,
de todo sofrimento.
Há palavras que edificam,
constroem pontes,
derrubam muros,
nos levam mais além...
Se as palavras não se trazem resposta às tuas dúvidas;
se a tua alma sente necessidade de algo mais;
se tuas perguntas buscam uma verdade que nunca chega;
se as tuas dúvidas e incertezas te atemorizam;
se há horas em que teus medos e receios parecem te derrubar;
se as tuas esperanças parecem cada vez mais tardias;
se o teu coração busca aquilo que pensas nunca encontrar;
se o mundo e a vida, parecem não te entender;
se pensas que nunca encontrarás o verdadeiro caminho,
Sê bem vindo meu amigo, não estás sozinho...
Ana Flor do Lácio
(26/02/2011)