Mãe porque é que partiste
nessa manhã-noite-negra?

E porque é que me deixaste?
Era leve e pequenina
porque é que não que não me agarraste
e me levaste contigo?

E lembras-te, ao outro dia
das tantas flores que levaste?

Eram lírios, eram rosas
e açucenas, grinaldas
tão lindas! Mas tu dormias!

Como o Barrocal estava triste!
Até o chão percebeu
que tu nunca mais voltavas

Nesse tempo em que eu era
a tua menina pequena
te guardava e me guardavas