AINDA A NOITE...
Ainda a noite me sorri em brisa
Farfalhando galhos sobre o muro
Do outro lado a casa profetisa
Que longo será o denso escuro.
Não ouço mais latir os cães,
Apenas cálidos telhados
Remontam as formas de pães
Aos olhos dos desesperados.
A vizinhança num complô dormia,
Sem pensar no seu despertar
Que ao nascer a luz do novo dia,
É só mais uma volta que a terra dá.
Mas eu sentindo aqui um frescor
Pensando em tudo que me fez a vida
Que um dia a terra há de me decompor
E que todos tem uma placa vencida.
Mas só D´us sabe como nascerá o dia
E como a noite, enfim se expira,
Pode vir a chuva com forte ventania
Ou um sol que fumega o ardor da ira.
(YEHORAM)