O CONTO

“O CONTO”

Feliz, ficar,

Contar as horas,

As palavras,

Os encontros,

E as obras,

De se calar

E apalpar

Os mais que sonhos

Cavalgar com o polegar

Os dias mais moços

E autófonos,

Poucos são os loucos,

Que anônimos,

Possam se fixar

Ao ventoso editar

Em se ditar

A partição

E os seus decoros

Citação e louros,

De quem se possa falar

Sou eu, um dia,

Um encontro,

Um desgosto

E alegria

Sou eu quem ousa,

Abdicar a vitória

E pela cria

E déspota reinar

Lodo sem ônus

E um depois lacrimejante

Ardiloso

Complô e criminoso,

Um ansioso felicitar!

Ao facultar ao amor

Os seus assombros,

Lamentosos

No ponto e ao ponto

No odioso pecar

De se anular

Um chorar-se em teus ombros

E ao encontro do mar

Espumante e amistoso

Quem mais se quis presente

Teve os braços abertos à mente

Ao centro alpendre

Que prende a flor e o medo

Ao frescor sereno

Daqueles que jamais se rendem

Ilação vá à idolatria

Para despistar a hipotermia

E aos apelos incrédulos

Do coração que eternamente

Venha gargalhar,

À galhardia

Semântica,

Venha-se ignorar

Mas não o piscar

Dos olhos mais tênues

Ao amor que lhes pegar

Deposto ao berro;

Perdido na luz

Fria do ferro

Do erro de se amar

Um grito mais penoso

Para tornar-se faltoso

Dengoso e repouso

De um jocoso

E coxo caminhar

Um aliciamento,

Um coche,

Um venda

O outro,

É lobo,

Vendo o amor arenoso

Hospedeiro,

Prestativo e jeitoso

Apaixone-se afoito

A quem lhe trame pouco

Para quem lhe veja solto

É que se chama conto.

Omar Gazaneu
Enviado por Omar Gazaneu em 22/02/2011
Código do texto: T2808266