O CONTO
“O CONTO”
Feliz, ficar,
Contar as horas,
As palavras,
Os encontros,
E as obras,
De se calar
E apalpar
Os mais que sonhos
Cavalgar com o polegar
Os dias mais moços
E autófonos,
Poucos são os loucos,
Que anônimos,
Possam se fixar
Ao ventoso editar
Em se ditar
A partição
E os seus decoros
Citação e louros,
De quem se possa falar
Sou eu, um dia,
Um encontro,
Um desgosto
E alegria
Sou eu quem ousa,
Abdicar a vitória
E pela cria
E déspota reinar
Lodo sem ônus
E um depois lacrimejante
Ardiloso
Complô e criminoso,
Um ansioso felicitar!
Ao facultar ao amor
Os seus assombros,
Lamentosos
No ponto e ao ponto
No odioso pecar
De se anular
Um chorar-se em teus ombros
E ao encontro do mar
Espumante e amistoso
Quem mais se quis presente
Teve os braços abertos à mente
Ao centro alpendre
Que prende a flor e o medo
Ao frescor sereno
Daqueles que jamais se rendem
Ilação vá à idolatria
Para despistar a hipotermia
E aos apelos incrédulos
Do coração que eternamente
Venha gargalhar,
À galhardia
Semântica,
Venha-se ignorar
Mas não o piscar
Dos olhos mais tênues
Ao amor que lhes pegar
Deposto ao berro;
Perdido na luz
Fria do ferro
Do erro de se amar
Um grito mais penoso
Para tornar-se faltoso
Dengoso e repouso
De um jocoso
E coxo caminhar
Um aliciamento,
Um coche,
Um venda
O outro,
É lobo,
Vendo o amor arenoso
Hospedeiro,
Prestativo e jeitoso
Apaixone-se afoito
A quem lhe trame pouco
Para quem lhe veja solto
É que se chama conto.