Urso Polar

Não me lembro de como eu vim parar aqui,

De onde veio todo esse pelo branco?

Na noite passada fechei os meus olhos para descansar,

Agora tenho tanto peso em mim, que mal consigo me levantar...

Estou em um imenso mar de gelo,

A névoa está me envolvendo,

Abaixo a minha cabeça e olho tudo ao meu redor,

Pela minha sombra vejo em mim o corpo de um urso polar,

Os meus passos afundam e fazem eco,

Para onde olho vejo o vazio no frio e o deserto,

Mas de repente ouço um barulho estranho, ouço leves passos,

Alguém como eu no entanto se aproxima,

Querendo dominar o território com a sua sede de morte,

Parece essa uma das suas maiores sinas,

Não irei correr, se isso for um teste,

Essa é a minha nova vida,

Essa é a minha nova chance,

Não vou morrer!

Corro então até a sua direção,

Pois as suas garras não rebaixam as minhas,

O meu rugido vai sucumbir o lobo da escuridão

E você correrá como um frágil carneirinho,

Agora não vejo mais ninguém,

Finalmente parece que essa noite me pertence,

Essa solidão me faz tão bem,

O meu passado em fim eu apago,

Quem eu sou agora me tranqüiliza de um mundo conturbado...