A perda do Eu

A perda do “Eu”

Como seria ver minha Curitiba

Com a visão de quem nela sofre

Cujo não tem um centavo no cofre

E ainda não possui alternativas.

Ou seja, analisá-la no olhar pobre

Que por mais que lute na vida

Leve-a tão árdua e sofrida

Tão distinta do aconchegado nobre.

Queria sofrer a perda do “Eu”

Mesmo não sendo popular

Analisar Curitiba do breu.

Realmente me deparar

E não fingir que aquilo viveu

Por melhor que eu possa opinar.

A perda do “Eu”

Juntar-me na imensa multidão

Presa à rotina e à exaustão

Trabalhos mais árduos que o meu.

Conhecer a cidade por inteiro

Por mais que dela eu seja filho

Confesso que conheço um “cílio”

Por isso não sou filho verdadeiro.

Portanto, argumento não empilho

Queria ser, mesmo passageiro

Alguém que olhasse por inteiro

O real traçado desses trilhos.

Perder a minha identidade

Ser como “um Zé ninguém”

Para conhecer essa cidade.

Seu lado sombrio e do bem

Viver na clandestinidade

Ser, de fato, outro alguém.

A perda do “Eu”

Ver-me livre da legislação

Agir conforme o coração

Compreender o mundo meu.

Marcel 16-09-10

Marcel Lopes
Enviado por Marcel Lopes em 17/02/2011
Código do texto: T2798349
Classificação de conteúdo: seguro