A perda do Eu
A perda do “Eu”
Como seria ver minha Curitiba
Com a visão de quem nela sofre
Cujo não tem um centavo no cofre
E ainda não possui alternativas.
Ou seja, analisá-la no olhar pobre
Que por mais que lute na vida
Leve-a tão árdua e sofrida
Tão distinta do aconchegado nobre.
Queria sofrer a perda do “Eu”
Mesmo não sendo popular
Analisar Curitiba do breu.
Realmente me deparar
E não fingir que aquilo viveu
Por melhor que eu possa opinar.
A perda do “Eu”
Juntar-me na imensa multidão
Presa à rotina e à exaustão
Trabalhos mais árduos que o meu.
Conhecer a cidade por inteiro
Por mais que dela eu seja filho
Confesso que conheço um “cílio”
Por isso não sou filho verdadeiro.
Portanto, argumento não empilho
Queria ser, mesmo passageiro
Alguém que olhasse por inteiro
O real traçado desses trilhos.
Perder a minha identidade
Ser como “um Zé ninguém”
Para conhecer essa cidade.
Seu lado sombrio e do bem
Viver na clandestinidade
Ser, de fato, outro alguém.
A perda do “Eu”
Ver-me livre da legislação
Agir conforme o coração
Compreender o mundo meu.
Marcel 16-09-10