SOU DA MÉDIA
SOU DA MÉDIA
Quieto,
Tranqüilo,
Sossegado,
Repousa os pés sobre uma cadeira.
Os pensamentos estão entregues ao vento.
Não se dá conta das horas.
Não se importa com a noite.
Levanta-se o homem em busca de sua dignidade.
A pistola é a ferramenta.
Uma forma que atormenta.
Seu sapato, mesmo quase sem sola, ao bairro as noites assola.
Ele é brasileiro.
Até já foi assistente de pedreiro.
Fez de tudo para ganhar um dinheiro.
Terminou com a vida torta.
Fez de você um refém,
E a mim também.
Ninguém se importa.
Só quando a bala é perdida.
E a vítima encontrada.
De preferência se for da alta.
E você, quem é?
Sou da média.
Então, vamos descansar...