À espera do sol.
Dias frios, noites frias...Pessoas encolhidas, recolhidas.
Abaixo a libido, músculo contraído, tesouro escondido.
Uma contagem progressiva, uma ânsia enlouquecida.
Zero, um, dois, três graus, no meu interior, um caos.
Dias nublados, nuvens fechadas que se abrem enviando-me
um facho quente de luz. Tão pouca era a minha alegria,
para minha agonia, uma chuva fria que dura dois dias.
Hoje mais alegre, continuo a espera do sol.
Um belo dia ele aparece, céu azul como anil, felicidade a mil.
Portas, cortinas e janelas são abertas, para que ele entre
como uma onda sanguinolenta invadindo salas, quartos e
fendas. Hoje despido, me sinto vestido, agasalhado
por ele que tanto esperei, e agora o tenho por completo.
Sol meu, sol nosso, te quero em raios assim,
te quero brilhando, te quero solar dentro de mim.