DIZEM-ME, NA NOITE, AS ESTRELINHAS
Ontem era um dia esnobe
Em luz desnobre de rala arte
Um dia insalubre, entrevado
Ao som alquebrado d’um velho fado
Hoje é um dia cínico,
Bulímico, entre o riso e a mágoa
Entre o colírio e o cisco
Regado a pão, ilusão e água
Amanhã será um outro dia
Quem sabe um algo me valha
Talvez, mega-maravilha
Talvez, cega navalha
Amanhã será como o hoje
Se eu for como fui ontem
Dizem-me, na noite, as estrelinhas
Piscando as entrelinhas silenciosas e sozinhas...