Abatedouro

Que coisa é essa que faço da vida

Passa a noite, passa o dia e os torno coxos

Trabalho, como e durmo isso é mesmo mocho

Planejo a vida no meio da noite

Em um raiar de novo, agitando espaço

Pra levar a vida não de forma açoite

Desejo um amor e caminhar descalça percebendo

Aromas, alongar o corpo, tomar sol no dorso

Corar minha face, colo e pernas castas

Que queria gastas

E o dia volta a nascer de novo e eu nesse embaço

Vou para o trabalho, emendo o almoço

Faço um alvoroço e nada do meu gosto

À noite eu me dano, repensando em esfera

E a vida passa... E eu fico na espera

Outra vez na lida, tal como na fila de um abatedouro