Santa loucura
Ai de ti
Sem mim
E não vir
Ao meu eu
Pequeno lar...
Estou tão só
Hoje vi o sol
Vi um amor
Vi e vejo
Tantas coisas que não me pertencem...
Sou tão dada
Amo os espaços de outrem
Sou tão nada
Ando sem ninguém
Virei como o vento
Copularei com a gaivota
E vou... tão livre
Sou tão mansa
Já não sou do meu eu
Amo e sou da brisa cor-de-rosa
Se é que tem cor a lisa
Azul como o céu chuvoso
Não defino cores
Vejo apenas
Todos os tons
Sou... vou... vi... vejo...
Acabo com a solidão
E choro
Não amo o meu coração
Sou quase mecânica
Vejo apenas um horizonte longínquo
VOU...
Outubro de 1994