O silêncio com ares de rebuliço

O silêncio velado intransponível

Fez-me entrar em uma redoma de perspectivas

Que perambulavam por esferas alucinantivas

Pela percepção de todas as abdicações

Da vivência em roupas de branco

O ar febril que respirava

Quase com ímpeto me seduzia

E ao mesmo tempo, me limitava de tal forma!

Que se quisesse sair dali intacta

Não seria capaz de contar-lhes as palavras

Tentei com calma organizar a amplitude de tudo

E peguei-me assim calada observando

Cada detalhe do corpo na cama, da mesinha pequena

E a pensar no que vira um leito do lado do outro

Assim sem licenças esperando as incertezas

O que me chamava era uma espécie de rito

A alma se enchia de uma vontade nova

Dessas que só se sente quando se tem sono

Quase tonta, beirando o êxtase vingativo

Esperando apenas que o corpo cansado, sobrevivesse

Todos os olhares, todas as formas

Via-me cada vez mais naquele ambiente trancado

E precisava experimentar tocando a experiência

Eis que no momento de minha loucura temporária

Aparece duas senhorinhas com ares de rebuliço

Recompus-me à forma habitual naturalmente certa

E dali por diante os minutos que eram lentos

Correram ao encontro da alma daquelas duas criaturas

Quase divinas esperando ouvir daqueles corpos torpes.

Sorri por dentro um instante

E fui observar uma árvore cheia de galhos no jardim

Lady Sophia
Enviado por Lady Sophia em 29/10/2006
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