O silêncio com ares de rebuliço
O silêncio velado intransponível
Fez-me entrar em uma redoma de perspectivas
Que perambulavam por esferas alucinantivas
Pela percepção de todas as abdicações
Da vivência em roupas de branco
O ar febril que respirava
Quase com ímpeto me seduzia
E ao mesmo tempo, me limitava de tal forma!
Que se quisesse sair dali intacta
Não seria capaz de contar-lhes as palavras
Tentei com calma organizar a amplitude de tudo
E peguei-me assim calada observando
Cada detalhe do corpo na cama, da mesinha pequena
E a pensar no que vira um leito do lado do outro
Assim sem licenças esperando as incertezas
O que me chamava era uma espécie de rito
A alma se enchia de uma vontade nova
Dessas que só se sente quando se tem sono
Quase tonta, beirando o êxtase vingativo
Esperando apenas que o corpo cansado, sobrevivesse
Todos os olhares, todas as formas
Via-me cada vez mais naquele ambiente trancado
E precisava experimentar tocando a experiência
Eis que no momento de minha loucura temporária
Aparece duas senhorinhas com ares de rebuliço
Recompus-me à forma habitual naturalmente certa
E dali por diante os minutos que eram lentos
Correram ao encontro da alma daquelas duas criaturas
Quase divinas esperando ouvir daqueles corpos torpes.
Sorri por dentro um instante
E fui observar uma árvore cheia de galhos no jardim