Inevitável você

Como evitaremos?

Como fugiremos?

Do toque, do beijo, dos nossos corpos entrelaçados

Do desejo...

Como fingir?

Como esconder ou disfarçar?

Como esqueceremos?

Dos efeitos que causamos um ao outro?

Nossos momentos tão curtos e longos

Ainda sinto as tuas mãos

Do toque delas em minha pele

Do meu corpo teso de prazer

O peso do teu corpo sob o meu

A visão dos teus poros

Teus pêlos

Teu olhar devorando e revelando

Os meus segrêdos mais secretos

Tudo o que o bom senso condena

Você é tão impossível

Quanto inevitável

Todas as minhas estradas me levam até você

Não há desvios nem retorno

Será paixão ou só desejo?

Como obteremos respostas

Se formos impedidos de viver até o final

Toda a volúpia impregnada

Que a junção de nossos corpos liberta

Será que acordaremos um dia

E olharemos para alguém do lado

Sem qualquer vestígios de eu e você?

Com uma interrogação

Uma dúvida

Ou já será certeza

Nossos desejos reprimidos

Amordaçados

Já sem voz

Sem forças

E sem sequer

Um fim.

Vastí
Enviado por Vastí em 30/01/2011
Código do texto: T2761134