Inevitável você
Como evitaremos?
Como fugiremos?
Do toque, do beijo, dos nossos corpos entrelaçados
Do desejo...
Como fingir?
Como esconder ou disfarçar?
Como esqueceremos?
Dos efeitos que causamos um ao outro?
Nossos momentos tão curtos e longos
Ainda sinto as tuas mãos
Do toque delas em minha pele
Do meu corpo teso de prazer
O peso do teu corpo sob o meu
A visão dos teus poros
Teus pêlos
Teu olhar devorando e revelando
Os meus segrêdos mais secretos
Tudo o que o bom senso condena
Você é tão impossível
Quanto inevitável
Todas as minhas estradas me levam até você
Não há desvios nem retorno
Será paixão ou só desejo?
Como obteremos respostas
Se formos impedidos de viver até o final
Toda a volúpia impregnada
Que a junção de nossos corpos liberta
Será que acordaremos um dia
E olharemos para alguém do lado
Sem qualquer vestígios de eu e você?
Com uma interrogação
Uma dúvida
Ou já será certeza
Nossos desejos reprimidos
Amordaçados
Já sem voz
Sem forças
E sem sequer
Um fim.