EFÍGIE OBSCURA

Parecia-me algo comum

E nada mais que uma existência mágica

Vocábulos dóceis

Semblantes afáveis

Não era eu ‘uma qualquer’

Era alguém que não conhecia

Um ser inesquecivelmente perdido na lembrança

Não há lembrança para algo que não está na memória da escuridão

Tão óbvio este instante

Em que procuramos o ciclo do encontro

Espelhos humanos nos rodeiam

Onde são muitos os sorrisos

E poucas as verdades

Muitos homens e poucos homens

Nem sabemos sequer definir os sentimentos

E razões dos viveres

Mas, temos convicção do que é belo

E sabemos amar o que nos convém

O que é próprio de um ego centrado

Nessas distâncias degredadas

No crepitar etéreo desta figura

Incompreensível que sou

Que somos...

Julia Rocha
Enviado por Julia Rocha em 29/01/2011
Código do texto: T2759314
Classificação de conteúdo: seguro