EFÍGIE OBSCURA
Parecia-me algo comum
E nada mais que uma existência mágica
Vocábulos dóceis
Semblantes afáveis
Não era eu ‘uma qualquer’
Era alguém que não conhecia
Um ser inesquecivelmente perdido na lembrança
Não há lembrança para algo que não está na memória da escuridão
Tão óbvio este instante
Em que procuramos o ciclo do encontro
Espelhos humanos nos rodeiam
Onde são muitos os sorrisos
E poucas as verdades
Muitos homens e poucos homens
Nem sabemos sequer definir os sentimentos
E razões dos viveres
Mas, temos convicção do que é belo
E sabemos amar o que nos convém
O que é próprio de um ego centrado
Nessas distâncias degredadas
No crepitar etéreo desta figura
Incompreensível que sou
Que somos...