Se fosse eu

Se num piscar de olhos perdesse tudo

amargaria em tristezas, em desespero total,

amaldiçoaria tudo, odiaria por viver neste mundo,

ou apenas desiludido pela minha infelicidade fatal?

Se estivesse ali onde a tempestade avassalou,

as águas em força tremenda avançou, carregou,

e as pessoas em desespero por tudo que acabou,

choraria, lamentaria, blasfemaria a Deus o que tirou?

Se fosse aquele pai no desespero indefinível,

pelos filhos que morreram na tremenda aflição,

tentando salvá-los e depois vendo ser impossível,

seria portanto a minha maior dor no coração!

Se fosse aquele que carregado pela correnteza,

desesperado, imploraria por demais a salvação,

tinha sido feliz, e naqueles instantes intensa tristeza,

daria adeus à vida, que não tinha desespero não!...

Se nos momentos finais, no auge daquela tristeza,

lembrando os momentos vividos, que foram belos aqui,

reconheceria tardiamente, existir na vida tanta beleza,

na luta desenfreada reconhecia que chegava o fim!