A verdade não se impõe

A verdade não se impõe
E ainda assim impera
Nos ritmos biológicos
Dos seres da Natureza
No corpo do tempo
Que tece a eternidade
Dos dias que se sucedem
No infinito tecido das horas

A verdade conforta
E nela o refúgio é seguro
E o pensar é claro
Como a luz do sol
Que a lua ao ver se sabe
E reflete à revelia dos céticos
O Bem maior que impera

A verdade não se impõe
Mas se revela na sutileza
De uma manhã orvalhada
No ardor de uma noite
Que de tão escura
Irrompe
Em retumbante clarão!

A verdade não se bebe
Com ardor ingênuo
Nem despudor impune
Mas se sorve gole a gole
Em espiral
Na consciência que se alarga
No pensar que se acalma
Para dar vazão à luz interior
De ver o sagrado no que é

E mesmo num crescendo
A verdade não faz alarde
E tudo que dela ressurge
Urge que se ofereça
No cálice onde revive
A sensibilidade do espírito
O olhar além da matéria
Que vislumbra e repousa
Na pedra fundamental.

Lídia Carmeli
Enviado por Lídia Carmeli em 25/01/2011
Reeditado em 29/01/2011
Código do texto: T2751839
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