LAVRADOR DE ESTRELAS...(ANTOLOGIAS ESQUECIDAS IV)...

O céu negro me é como um campo lavrado,

a espera incansável de um germinar coletivo.

Sementes estrelas com luminar pontilhado,

brotando timidamente no lugar exclusivo.

Em poucos segundos ganham o firmamento,

desvendando os segredos do universo.

Cada facho de luz me traz um pensamento,

e cada pensamento é mosaico de um verso.

Já não mais negro, o céu, jardim de pirilampos,

pontos que o poeta desistiu de contar.

As longínquas galáxias são lindos campos,

pétalas de brilhos incitam o versejar.

Absorto nas horas eu assisto fascinado,

o campo sendo ceifado no doce arrebol.

Pena que o véu celeste não pode ser partilhado,

as estrelas sucumbem ao brilho do sol.

*05/04/2001 – ANTOLOGIAS ESQUECIDAS

Paulo Moreno
Enviado por Paulo Moreno em 18/01/2011
Código do texto: T2737051
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