LAVRADOR DE ESTRELAS...(ANTOLOGIAS ESQUECIDAS IV)...
O céu negro me é como um campo lavrado,
a espera incansável de um germinar coletivo.
Sementes estrelas com luminar pontilhado,
brotando timidamente no lugar exclusivo.
Em poucos segundos ganham o firmamento,
desvendando os segredos do universo.
Cada facho de luz me traz um pensamento,
e cada pensamento é mosaico de um verso.
Já não mais negro, o céu, jardim de pirilampos,
pontos que o poeta desistiu de contar.
As longínquas galáxias são lindos campos,
pétalas de brilhos incitam o versejar.
Absorto nas horas eu assisto fascinado,
o campo sendo ceifado no doce arrebol.
Pena que o véu celeste não pode ser partilhado,
as estrelas sucumbem ao brilho do sol.
*05/04/2001 – ANTOLOGIAS ESQUECIDAS