Relógios modernos

Não tem mais o tic-tac

Não tem mais que se dar corda

Agora as horas passam silenciosas

Mudas e caladas

Passam desapercebidas, veladas,

Mas não deixam de passar,

No mesmo compasso de outrora

Não estão mais na prateleira

Na parede ou pulso

Estão no silêncio dos celulares

Nos computadores

Nos rádios relógios digitais

Não se ajustam mais pelos relógios das igrejas...

São ajustados automaticamente pelo fuso-horário pertinente...

Com precisão atômica, nuclear...!

Via satélite!

Apenas não deixaram de lado o dever de a cada instante dividirem o tempo!

No ritmo e no compasso convencionado por alguém!

Imparciais, egoístas, como registrados nos quadros de Salvador Dali!

Marcelo Lisciotto Zanin – 14/01/2009