Não mais perecer

Do alto da janela

entre núvens e canções

preso em palavras ou grilhões

via o tempo passar.

Cordões em meus braços

mar, rio, espaço ou lago

água zul, barrenta amarelada

brilha sobre a luz dos olhos meus.

Onde o sol se punha

uma luz cintilante escurecia

mostrava-me que o dia jazia

sem os aplausos de quem o mais usufrui.

Na colina sagrada

onde os sonhos não dormem

já não soavam mais as mesmas notas,

não mais perdia-se o sono.

E assim, como o sol que partia e a noite que nascia,

cultivei o tempo...

desejando a todo momento

não mais perecer.

Mário Pires
Enviado por Mário Pires em 12/01/2011
Código do texto: T2725683
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