A PRÓPRIA ARTE...

Preciso reencontrar-te,

Ainda que nada se encontre,

Preciso de toda arte

Que reflita luz em toda mente,

Em todo lado, em toda parte,

Em todo sonho, de repente,

Como o lídimo estandarte

De um pensamento prudente...

Sim, eu preciso reencontrar-te, apenas,

Sentido maior que todos os sentidos,

Sentido de luz entre as horas pequenas,

Sentido essencial nos sonhos contidos,

Abrigo de fé muito além dos dilemas,

Sentido repleto de sentimentos vividos !

Preciso reencontrar-te logo

Porque tu és a própria arte do riso,

A essência invisível que reparte meu grito,

No próprio mar da alma que dança,

Ao som dessa orquestra do infinito...

Preciso reencontrar-te,

Ainda que nada se encontre,

Ainda que tudo seja apenas parte

De um pensamento ofegante,

De um silêncio gritante,

De um muro oscilante entre noites e dias...

Sim, entre estrelas mornas ou frias, preciso reencontrar-te,

Porque tu és a grande arte de saber viver,

De saber lutar pelo sonho que reparte

A paz esplêndida do amanhecer.

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