Desabafo De Um Poeta
As vezes me pergunto
O que me torna um poeta.
O que me leva a ser
Um fingidor que busca
Enganar dizendo a verdade.
Acredite quem quiser,
Aceite quem puder,
Mas as vezes estou
Tão distante das poesias
Quanto mergulhado em
Cada letra.
Tem tanto riso
Que não é meu,
E tanto choro que
De mim escorreu.
Aí eu me pergunto
Sinceramente, o que nisso tudo
Faz com que tome
A postura de poeta.
Por ter rima no final?
Por ser estranho, ou ser normal?
O que é ser?
Ser, é alguém?
Alguém, é ser humano?
Me perdi em mim mesmo
Tentando entender, ou talvez
Tentando descobrir quem sou.
Se nem sequer sei de mim,
Como me querer fazer poeta?
Não sei, não sei.
Mas uma coisa é certa!
O que você me faz ser,
Me faz sentir, me faz agir
E reagir, é o que me torna
O Eu que te reflete,
O Eu que te alimenta,
O Eu que se compraz
Com o que você me faz.
Mas se Eu não gostar,
Dou a outra página e viro a face,
Para que algo novo talvez renasça.
As vezes me pergunto
O que me torna Eu...
E acredite que puder,
Aceite que quiser,
Que eu não sei como,
Mas eu me encontro na poesia.
Metade sendo eu,
Metade sendo fantasia.