Desabafo De Um Poeta

As vezes me pergunto

O que me torna um poeta.

O que me leva a ser

Um fingidor que busca

Enganar dizendo a verdade.

Acredite quem quiser,

Aceite quem puder,

Mas as vezes estou

Tão distante das poesias

Quanto mergulhado em

Cada letra.

Tem tanto riso

Que não é meu,

E tanto choro que

De mim escorreu.

Aí eu me pergunto

Sinceramente, o que nisso tudo

Faz com que tome

A postura de poeta.

Por ter rima no final?

Por ser estranho, ou ser normal?

O que é ser?

Ser, é alguém?

Alguém, é ser humano?

Me perdi em mim mesmo

Tentando entender, ou talvez

Tentando descobrir quem sou.

Se nem sequer sei de mim,

Como me querer fazer poeta?

Não sei, não sei.

Mas uma coisa é certa!

O que você me faz ser,

Me faz sentir, me faz agir

E reagir, é o que me torna

O Eu que te reflete,

O Eu que te alimenta,

O Eu que se compraz

Com o que você me faz.

Mas se Eu não gostar,

Dou a outra página e viro a face,

Para que algo novo talvez renasça.

As vezes me pergunto

O que me torna Eu...

E acredite que puder,

Aceite que quiser,

Que eu não sei como,

Mas eu me encontro na poesia.

Metade sendo eu,

Metade sendo fantasia.

Cadim Martins
Enviado por Cadim Martins em 10/01/2011
Código do texto: T2719710