Alguém
Ela tem uma beleza tão sútil que tenho até medo ao escrever,
medo de errar e não saber descrever tal encantamento.
Ela andava pelas ruas como se não tivesse dono,
e de noite , se escondia nas esquinas.
Ela não sabia o que era amar, e nunca havia sonhado.
Ela vivia se esquivando do mundo e das pessoas.
Para ela, nada fazia sentido,
e o que fazia, não era digno dela.
Ela é tão bela que ninguém repara,
ela se encanta com qualquer coisa,
mas logo se policia, dizendo á si mesma que aquilo não á pertencia.
Seus olhos eram tristes e caídos.
Mas também eram negros e brilhantes.
Os trapos que usavam não era digno de olhares famintos,
mas de pena.
Aliás a única coisa que era faminta ali era seu estomago, que não via algo suculento á meses.
Sua familia?
Ah, ela nem se lembrara mais se um dia a tivera.
Dá até medo de pensar o que a bela moça havia passado na sua infância, melhor que essa lembrança continue morta e nunca reviva.
Ela pensava que nascera por acaso,
que o mundo não há queria,
não existia lugar pra ela naquele mundo.
Sua única alegria era, bom agora não sei dizer se ela tinha alguma alegria.
Elá é um mistério,
nem sei se ela existe,
mas ela vive dentro de mim,
alguém que precisa brotar,
se mostrar, e, como num ápse da loucura,
gritar, gritar, e gritar.