Alguém

Ela tem uma beleza tão sútil que tenho até medo ao escrever,

medo de errar e não saber descrever tal encantamento.

Ela andava pelas ruas como se não tivesse dono,

e de noite , se escondia nas esquinas.

Ela não sabia o que era amar, e nunca havia sonhado.

Ela vivia se esquivando do mundo e das pessoas.

Para ela, nada fazia sentido,

e o que fazia, não era digno dela.

Ela é tão bela que ninguém repara,

ela se encanta com qualquer coisa,

mas logo se policia, dizendo á si mesma que aquilo não á pertencia.

Seus olhos eram tristes e caídos.

Mas também eram negros e brilhantes.

Os trapos que usavam não era digno de olhares famintos,

mas de pena.

Aliás a única coisa que era faminta ali era seu estomago, que não via algo suculento á meses.

Sua familia?

Ah, ela nem se lembrara mais se um dia a tivera.

Dá até medo de pensar o que a bela moça havia passado na sua infância, melhor que essa lembrança continue morta e nunca reviva.

Ela pensava que nascera por acaso,

que o mundo não há queria,

não existia lugar pra ela naquele mundo.

Sua única alegria era, bom agora não sei dizer se ela tinha alguma alegria.

Elá é um mistério,

nem sei se ela existe,

mas ela vive dentro de mim,

alguém que precisa brotar,

se mostrar, e, como num ápse da loucura,

gritar, gritar, e gritar.

Vanessa Araújo
Enviado por Vanessa Araújo em 09/01/2011
Código do texto: T2718631
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