COVA
No escuro da noite, entre recantos de assombração
Eu chorei lamentos surdos de insensatez
Como um ébrio em trovas de embriagues
Vasculhei a mal sorvida vida
Em busca de ilusão e sonho
Torpe tentativa de estancar a ferida
Eu rabisquei nas paredes do mundo os gritos que não dei
Fugi de beijos e abraços
E se meu coração batia mais forte... Que ironia
Fingia que nunca me apaixonei!
Hoje sou presépio vendo a vida da estante que deitei
Um arquivo morto. Desses que não há o que buscar
Virei apenas o negativo de um retrato que nunca tirei!