O Falar Linguístico
Tudo que vejo e falo e ouço e aludo
São profundos e imensuráveis lugares de matizes mil
Funil infindável onde o pensamento se esconde
Monte de idéias desgovernadas, incompletas
Desertas sombras, natas e inatas metamorfoses
Incontroláveis sonhos que nascem cotidianamente
Nos passos que a gente dá em torno do mundo.
Um vagabundo sem lar, sem par, dialético
Vulgar, diálogo, dialogar...
Com quem dialogar se não tem um par?
Dialetar sem parentes nem lar
Caminhar sem par, pois se não tem...
Lá vem o escriba! Será?
Casar letra com letra, morfologizar?!
Cancioneiro, cantar, cantar, sentimentar...
Sentido vulgar, modo maneiro de falar
Forma formal de documentar
Qual é o meu lugar?
Sei lá!
Funcionalizar, gerativizar, modernizar?!
E aí? Onde será que ela está?
Gramaticalizar, funcionar...
E o mundo vulgar?
Profundo pensar
Imensurável lugar
Pesar, pesar...
Metáfora, metaforizar, sonhar...
Referência de um ponto no escuro
Por trás do muro está a sombra do futuro
Anáfora, referência catafórica
Metaforização!
Onde se escondeu o referenciar?
Lugar da língua, do linguajar...
E a escuridão do mundo leva pro fundo
Pro abismo, pro cognotivismo
O que pensei
Se eu sabia, hoje já não sei
E o cognoscitivo? E o impulsivo?
Viço maligno da esfera que ronda
E assombra com sua imensidão
A forma humana de visão.