Em breve será noite...

Dormirei o sono inquieto

Aquele que me visita há dias

Trazendo-me lembranças

Passados e distâncias

Pensei ter colocado pedras

Cenas e circunstâncias

Perdas e cursos

Aliada a dor.

Pensei ter colocado peso sobre lembranças

Como se possível fosse

Esmagá-las com a opressão de lágrimas

Impossível!

Podemos soterrá-las

Ainda assim voltam a incomodar

Exalam um odor de coisa guardada

Silenciosamente esquecida

Mas, ainda vivem!

Incomodam

Impede-nos a libertação

Caminhada aturdida

Idas e vindas

Presos e pesos

Sabores que não retornam

Palavras que não mais se ouvem

Armaduras!

Impedindo-nos a marcha.

Dois passos e o cansaço

Rompe o silêncio que impomos a nós mesmos

Como se impossível fosse a ventura

Vigência de ideais que não mais retornam

Idéias que amofinam

Cansaço!

Como perder a esperança?

Ainda colocarei muitos sonhos sobre pedras

Investirei muita coragem

Resistência que me ergue viva

A cada dor, lágrima ou desencanto.

Eis que surge como por encanto

Algo de Luz

Exalando o perfume

Perspectivas, Miragens

E lá estou...

Seguindo...

Erguendo pedras

Construindo caminhos!