Decantos
Cantei para meu filho
A música dos trovadores solitários
Que falava do olor das rosas
Subindo pelas entranhas da luz
Contei para meu filho
De meus medos refletidos
no pano de fundo de minha ignorância
Da paz fingida, tingida de magia envernizada
Anestesiada pelo sonho embebido na minha pequenez
Esquecida na prateleira
Ainda ouço o vento dos meus pensamentos
Balançar as folhas da distração
O tempo, essa fluidez inodora, sempre me ilude com seu tridente
Espetado no instante que já não é
Minha alma é um eco em extinção
Hoje a saudade saúda a vida
Espremida no canto de um canto
Que cantei para meu filho