Ambiguidade

Nem você,nem eu.

Ninguém sabe quem realmente é.

Ninguém sabe do que realmente é capaz.

Às vezes sou o fogo,mas também sou água.

Sinto-me um morto,mesmo sabendo que vivo.

Quantas vezes eu odeio,amando muito ao mesmo tempo.

Sou hérói,mas também sou vilão.

Considero-me a palavra,mesmo sabendo que sou o silêncio.

Faço aliança com o bem,torcendo para o mal.

Sinto chuva,mas vejo apenas o Sol.

Prefiro a ilha,mesmo tendo que estar na civilização.

Sou um humano,com instintos animais.

Considero o frio,mesmo estando calor.

Sou a saúde dentro da doença.

Abomino a felicidade,mas também afasto a tristeza.

Peço a paciência,querendo realmente a ira.

Olho para a eternidade,alcanço apenas a mortalidade.

Piso na terra e vejo flores.

Dou risada,mas choro de amargura.

Procuro a ferida,mas agora há somente a cicatriz.

Na sabedoria encontrei a loucura.

No reflexo,eu encontrei o espelho.

Após a porta,encontrei outra passagem.

No quadro,avistei palavras.

Na leitura,imaginei figuras.

No ódio,o amor me abraçou.

Não sou Deus e não sou o Diabo.

Não sou ser,não sou coisa alguma.

Frank Luyback e A.Ferraz(2008)

Anita Ferraz
Enviado por Anita Ferraz em 15/12/2010
Reeditado em 16/12/2010
Código do texto: T2673916
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