Ambiguidade
Nem você,nem eu.
Ninguém sabe quem realmente é.
Ninguém sabe do que realmente é capaz.
Às vezes sou o fogo,mas também sou água.
Sinto-me um morto,mesmo sabendo que vivo.
Quantas vezes eu odeio,amando muito ao mesmo tempo.
Sou hérói,mas também sou vilão.
Considero-me a palavra,mesmo sabendo que sou o silêncio.
Faço aliança com o bem,torcendo para o mal.
Sinto chuva,mas vejo apenas o Sol.
Prefiro a ilha,mesmo tendo que estar na civilização.
Sou um humano,com instintos animais.
Considero o frio,mesmo estando calor.
Sou a saúde dentro da doença.
Abomino a felicidade,mas também afasto a tristeza.
Peço a paciência,querendo realmente a ira.
Olho para a eternidade,alcanço apenas a mortalidade.
Piso na terra e vejo flores.
Dou risada,mas choro de amargura.
Procuro a ferida,mas agora há somente a cicatriz.
Na sabedoria encontrei a loucura.
No reflexo,eu encontrei o espelho.
Após a porta,encontrei outra passagem.
No quadro,avistei palavras.
Na leitura,imaginei figuras.
No ódio,o amor me abraçou.
Não sou Deus e não sou o Diabo.
Não sou ser,não sou coisa alguma.
Frank Luyback e A.Ferraz(2008)