A criação das cores
A criação das cores
Em uma terra infinitamente pálida
Em um triste dia
Amanheceu...
O cheiro das cores percorria o céu
Os pecados bailavam
As belezas procuravam sua cor...
Vi um traço de Picasso cruzar com outro de Van Gogh
Uma luz procurando um canário ser cor
Um pecado pálido e sem graça atrás da felicidade
Nesta procura veio um homem todo preto, forte, másculo
Uma lindíssima mulher, alva e imaculada surge
Deu-se a união carnal e metafísica
Um amor sem sentido porém verdadeiro
E vieram as criancinhas
Umas pretinhas
Umas branquinhas
Outras ruivas, loiras, e amarelas
Elas brincaram muito à valer !
Sacudiram as arvores, comeram seus frutos
Cavaram o chão e descobriram minhocas
Saídas das entranhas da terra, do nada, as cores
E nesta pálida terra haviam sons
Todos reunidos e ali parados, esperando a organização da música !
E num toque de mágica fizeram os cegos sentirem as cores
Tudo graças àquelas criancinhas...
Hoje o vermelho brinca de fogo
O azul de Céu e infinito
A rosa de amarelo e outras travessuras
E a música de mágico tece na retina dos cegos a alegria de ver !
Roberto Solano