Cabeça desamparada
Minha cabeça não sabe mais onde repousar
Seus mistérios, seus segredos, suas duvidas,
Suas decisões se estranham e não se aquietam.
A vida singular gera medos e ao mesmo tempo
Constrói alicerce para uma virtude em méritos
De caminhar sem pisar em cacos de lembranças.
Embriagada pelos desejos minha cabeça
Tende constantemente para o lado das duvidas,
A linha que separa sobriedade de loucura é muito curta.
Não estou preparado para novas caminhadas,
No entanto meus instintos calejam os pensamentos
Que fogem para um novo horizonte de destemperança.
Minha cabeça luta para repousar as ideias, as dores
E dualidades. O travesseiro não sabe confortar
E a cama apenas deixa-me em estado de morte.
Ao mesmo tempo em que permaneço sem vida, sinto
Com o sol de cada aurora rubra uma vontade inquestionável
De ir além de mim mesmo, de repousar em outro habitat.