Guerreiro
Coração de pedra
Veias de aço.
Ácidas lágrimas semeiam desertos
A desesperança invade todo âmago d´alma.
Solitário caminha o guerreio apenas com a coragem de continuar respirando.
Fantasmas sem cores, fugitivos do inconsciente assombram o espaço do caminho.
Cada passo vazio e pesado transforma a senda em ruína cuja flor deixou de existir, restando os espinhos agudos, ávido por sangue.
A correnteza do rio, turbulenta sacode a fé de um lado a outro, truculenta faz a viagem parecer uma eterna tormenta.
Vida pelo um fio mostra-se de rebentos estragados
Porém, o guerreiro sobrevive.
Como águia testemunha a imensidão do campo de batalha.
Ver, ouvir e sentir são apenas qualidades dos que se deixam abater no campo das estações.
Logo o guerreiro, então, transformar-se-á na flecha cujo alvo jamais será perdido.
Ser forte, sobreviver e não ser abatido.
Já o coração há muito perdido enfinamente.
E, a vida, em cada manhã, hoje não é senão um blues, lamentos de vários "se"... se o coração ainda pudesse bater ao ritmo dos bongôs.
Pois os sons dos tropéis da cavalaria que nunca chegou, agora são apenas antigas lendas tais quais às das trombetas de Jericó.
(Fábio Omena)