Despropósito

da distância que tomo

do estalido de urgências

um relampejar do inútil

persegue-me

Ah! que maravilha

ando tão farta da praticidade

que move as garras de Chronos

em busca da ação (tele)apática

sem sangue rubro

vertido quente

em minha pele

vaga

(entranhas sem propósito

chances do acaso

e da delicia formosa)

Caos-me

remanescente ainda

a gerar luz fosca.

Um dia,

encontrei-me com o nada

e ele tem voz macia e magra

sedutora mas vesga

Despropósito.