Aos que tentam explicar o amor
Se quer descalçar-se, amor sensato
Que tal ter tal todo embaraço?
A que assim seja santo e sucinto?
Ou é bicho-de-sete-cabeças sucumbido?
Sê suspirante, sê sedado e sê cego
Seja teorema ou afirmação, eu nego!
Seja a quem odeio! E por quem sossego
Afasta e Afaga e afoga o fogo frívolo
E vê, no fundo é funesta injustiça
Pois, quem luta te logo recompensa
A batalha que combate, ele vive!
E que mais se não benção é a doença?
Se se quer explicar o complicado
Veja, o amor é inexplicavelmente simples!
Não tentes escrevê-lo, é puro atraso
Poeta, vá vivê-lo, e sejas, agora, feliz
Não há sobre este manto fervoroso
Quem nem se quer nada sente!
Se sente ser doente é insanidade?
Pois, feliz é o paciente que tem cuidados.