Da minha janela
Da minha janela
Eu contemplo,
A vida a passar pelo tempo...
Da minha janela
Eu contemplo,
A paisagem a mudar no balanço do vento...
Da minha janela
Eu assisto,
A esmolar alimento, uma cadela vadia...
Da minha janela
Eu assisto,
A mendigar sentimento, uma mulher tão vazia...
Da minha janela
Eu vejo,
A soterrar seus desejos, bocas amordaçadas, sem beijos... lábios frígidos,
Da minha janela
Eu vejo,
Uma saudade insistente a buscar sutilmente, a luz de um olhar que partiu...
Da minha janela
Eu sinto,
O Sol aquecendo meu corpo e, o amor ternamente, preencher os vazios...
Da minha janela
Eu sinto... pressinto,
Cheiro de terra molhada, alma fecunda... e o germinar de uma paz tão profunda...