Súplica

Por favor,

Fales de mansinho...

Digas devagarinho,

Não machuques os sonhos meus...

Se não tiveres carinhos

Para abraçar minhas dores,

Não sejas perversa,

Digas numa simples conversa,

Que apesar de tudo me amas...

Ah, não sejas tirana

Diga-me: filha, mamãe te ama!

Basta, não te enganes!

O amor não se mede,

Não se quantifica,

Não se justifica,

Não espera recíproca...

O amor é desprovido

De qualquer medida...

O amor é despojado

Não espera recompensa,

Simplesmente, ama porque ama...

Ah, mamãe, não tens como me dar

Aquilo que não recebeste...

Não tens como abraçar-me,

Se teus braços penderam

Descrentes de afetos receberes,

Se teus seios murcharam e, secos

Não tens como saciares minhas fomes...

Mas, por favor mamãe,

Não maldigas meu nome,

Não zombes de meus lamentos...

Não machuques mais minhas dores

Deixes que eu mesma me ame,

Deixes que enxugue meu próprio pranto,

E encontre em minh’alma

Outras formas de amores...

Gelci Agne
Enviado por Gelci Agne em 01/12/2010
Reeditado em 01/12/2010
Código do texto: T2647242
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