Súplica
Por favor,
Fales de mansinho...
Digas devagarinho,
Não machuques os sonhos meus...
Se não tiveres carinhos
Para abraçar minhas dores,
Não sejas perversa,
Digas numa simples conversa,
Que apesar de tudo me amas...
Ah, não sejas tirana
Diga-me: filha, mamãe te ama!
Basta, não te enganes!
O amor não se mede,
Não se quantifica,
Não se justifica,
Não espera recíproca...
O amor é desprovido
De qualquer medida...
O amor é despojado
Não espera recompensa,
Simplesmente, ama porque ama...
Ah, mamãe, não tens como me dar
Aquilo que não recebeste...
Não tens como abraçar-me,
Se teus braços penderam
Descrentes de afetos receberes,
Se teus seios murcharam e, secos
Não tens como saciares minhas fomes...
Mas, por favor mamãe,
Não maldigas meu nome,
Não zombes de meus lamentos...
Não machuques mais minhas dores
Deixes que eu mesma me ame,
Deixes que enxugue meu próprio pranto,
E encontre em minh’alma
Outras formas de amores...