Somos todos miseráveis

Somos todos miseráveis
Carentes e insondáveis
Almas mendigando amor
Na labuta pelo pão
No alimento para o corpo
Na paz para o coração...
Somos todos tão sofridos
Delirando qual crianças
Mostrando a ferida exposta
O desvio da atenção
e do reconhecimento
Como se houvesse no mundo
Aquele domingo perfeito...
Somos um? Somos sozinhos?
Somos a urgência do abraço
Dos olhos em olhos presentes
Toques no ombro, aperto de mão
Pulso igual do coração
Braços que se entrelaçam
Força que vem de outros traços
Gente pra se confiar
Um ideal pra sonhar
Valores por quais lutar
Um só amor para amar
Um cão pra nos ser fiel
E a cumplicidade do céu
Em verdade, escolhemos
Se seremos milionários
ou herdeiros da ignorância
Não queremos, não sabemos?
Somos afortunados de tempo
do infinito caminhar
O Universo por morada
E a alma pequena, apertada
A duras penas se esforça
Aprendendo passo a passo
A se abrir, se dar, se amar...
Lídia Carmeli
Enviado por Lídia Carmeli em 28/11/2010
Reeditado em 06/03/2011
Código do texto: T2642389
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