DESCALÇO
De passagem estou na terra,
Sinto o pó que me formastes,
Os dedos e o corpo, relaxados,
À vontade, despedidos e contentes.
Lembranças me saltam dos presentes,
Dos homens já chamuscados,
De tanta carga e desconforto,
Pelas oportunidades que marcastes.
Agora já me sinto ausente,
Porque neste repouso distraio
Minha mente das malicias,
Um programa de aparentes delicias.
Foi só o pó sem nó,
Dividiu, sorriu, partiu, descobriu,
Que o lamento é um complemento atento.
LUMINÁRIAS. Edinaldo Formiga. São Paulo: 15/12/09.
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