POR ENQUANTO

Por enquanto vou caminhar,
Bem devagar,
Desejar o amor, sonhar...
Ter o lirismo por companhia.

Por enquanto estou alheio,
Aos meus receios,
Passeio num mundo cheio,
De explícita magia.

Por enquanto esqueço,
O eu racional - avesso,
Teço versos - me ofereço,
À majestade poesia.

Por enquanto quero sentir,
Que meus braços são asas, evoluir...
Sorrir - me redimir,
Do que não fiz, talvez, por covardia.

Por enquanto me liberto,
Desse meu olhar incerto,
Deixo o coração aberto,
Para a paz fluir - macia.

Pelo menos por enquanto,
Entôo aos céus um canto,
Abro a alma em festa, encanto,
A vida - sou utopia.