"Sobre a chuva"
Olho pela janela e ouço a chuva de mansinho molhar a tua calma, penso e esfrego os olhos, mas a dor continua a perfurar minha alma.
Olho a minha lapela e vejo que dela a flor foi arrancada, peço e ouço dela que devo apenas aguardar a derrocada.
Olho a ilusão e a chuva que chega sem marcar hora, tentei efusivamente e lavei minhas mãos, buscando esconder os erros de outrora.
Olho o triste fim que leva o pedido de perdão que mata aos poucos, sei que é desperdício derramar lágrimas quando agimos como loucos.
Olho a chuva e sua cantoria, estranho choro dos céus com melodia, infeliz é a alma que pensa demais e deixa de sonhar em demasia.