Chuva...
Chuva, que sensação boa...
Lembro-me de quando eu era uma amarga criança,
Correndo e vagando pela imensa escuridão,
Chorando por sentir a inexistência da esperança,
Chorando por herdar um condenado coração...
Lembro-me de pecados que não cometi, mas que tive que pagar,
Lembro-me de correr pelos traços da solidão,
Até encontrar você a única que sabia como me acalmar...
Chuva que lava tristezas pelo mundo à fora,
Que carrega o gosto doce e amargo da vida,
Que vira fúria, que mostra algumas verdades
Que condena os tempos de injúria,
Que na natureza completa a sua vaidade...
Em inúmeras madrugadas adormeceste o meu pobre coração,
Sempre que surges eu me liberto,
Parece até que sabes o momento certo,
De lavar os meus choros debaixo da sua grande emoção...