Uma vida, Uma Confissão
Não sei se você pode entender tudo aquilo que faço
O que fiz...
Ou o que, possivelmente, farei.
Não sei se me curvarei diante dos seus reclamos
Dos apelos, apelativos...
Sou um transladado da incerteza à paixão
Quem sabe se a sua mão, amiga de sempre,
Correrá, em mim, com afagos, descarados
Se sou um rei, não sei...
Mas saberei quando você amar-me.
Suas regras, não serei usuário delas
Não tenho intenção de segui-las...
São meras lembranças do passado...
Não gostaria de vê-las, tê-las, elas...
Ao meu lado, suas lembranças
Nas suas tranças, telas, telas...
Na sua cama
Uma redoma se acautela
Coma, cama, para coma uma rama
Uma poltrona na lembrança se vê
Uma tela de TV, uma sala, ante-sala
Que aguarda um consumista, pessimista
De fato, de direito, sem direito a nada.
Um quarto que guarda lembranças
Um cemitério de recordações
Irmãos que passeiam nos vãos
Mãos, mãos que se apegam às mãos
Aliança pós vida, lida em vida, amarrada
Compromissos interrompidos na alvorada
Um homem, meio-homem, bastança de homem.
Quem consome, quem consome quem
Nem se sabe quantos anos ele tem
Mas alguém o quer bem
Um dia ele se foi
Mas lá está ele em tudo
Na cama, na poltrona, em quem o ama
Só não o vê quem não quer
Só uma mulher, só uma mulher...
Lá está, ele e quem o quer
Tudo lhe pertence: filhos, casa e mulher.