Dúvida da Alma
(Estrada Humana – Otávio Costa)
Usarei o que puder
Para reencontrar e juntar
O que tive que deixar pra trás na estrada,
Os abraços que dei
Saudades...
Amor perdido entre a varanda, jardim e tempestade
Não passarei por ti o mesmo homem
Renovo-me a cada instante
Não sou quem ontem estava pensando
Já sou resposta do ontem pensado
Resgate do projeto
Empreendimento do que vou atingir amanhã
Na mente, na alma, no coração.
Perde-se muito sem praticar a vida
Os momentos se gastam sem um porque
E vão para a gaveta das lembranças
Sem pedir licença a vida altera sua contínua atividade
Não espera o nosso comando
Esvazia nossos dias,
Entre o hoje e a distância
Que pena não poder levar tudo do hoje
Para o amanhã ou para o sempre...
No alvorecer do tempo
Há uma só necessidade
Mesmo esta passa...
O feliz do hoje se perde
O amanhã se faz sempre recomeço
No momento não encontro a prece
Nem a lágrima que goteja do coração
É difícil o plural tornar-se singular
No mundo, nas coisas, nos detalhes, nas pessoas,
Na ânsia da busca, nos meus sentimentos.
Como julgar o melhor da vida?
Como considerar o melhor?
Como dar o próximo passo acertadamente?
Dúvidas para mim?
Dúvidas para nós?
Respostas só quando entendermos a razão.