O Fim da Estrada...
O fim da estrada…
Palmilhei um caminho fácil e largo,
Que mal tive tempo de apreciar,
E agora vejo que é estreito e amargo,
Aquele que ainda me falta atravessar.
Subi devagar a ladeira da vida,
E já transpus o topo do monte,
Desço agora a derradeira descida,
E vejo encurtar-se o meu horizonte.
Como folhas amareladas esvoaçando,
Que deixam sua arvore semi despida,
Assim meus cabelos estão voando,
Anunciando o Outono da minha vida
Invejo a arvore ao vê-la renovada,
Em cada Primavera que vai surgir,
Porque a mim uma só me foi dada,
E sinto que a estou a deixar fugir.
Ser como as arvores quem me dera,
Ter Outono, sentir a vida a desfolhar,
E também todos os anos ter Primavera,
Para sentir o prazer de renovar.
Ao ver aproximar o fim da estrada,
Que milhares de dias percorri,
Penso que fiz pouco ou quase nada,
De útil no pouco tempo que vivi.
Sinto que a morte se está a aproximar,
E que sua viajem não pode ser travada,
Nem evitar que ela venha arrebatar,
Sem aviso a vida frágil que me foi dada.