Razões
Vem de dentro de mim
e me diz que estou errado.
Me perturba exaustivamente.
nunca se cansa, nunca adormece
São raros os momentos que não vem.
Com sua espada, sua lança, seu martelo,
Me fustiga sem dó.
E parece gostar disso.
Quase posso ouvir suas risadas.
Mórbidas, zombeteiras, ferinas,
Sejam lá como for, são sempre risadas,
E é isso que machuca.
Às vezes penso que acabou,
Que, de alguma forma, morreu.
Mas são só impressões.
É nessas horas que volta,
Mais forte e mordaz,
Procurando atacar-me
Sem que eu possa me defender.
Já não consigo explicar suas razões.
Já entreguei os pontos
E a eles doei minhas forças.
E já que, no meu caso,
A esperança foi a primeira a morrer,
Que reste, pelo menos, a dignidade.
07/12/1997 - 23:39 hs