Medo

Toma a feição

O rosto, a bocarra aberta

O corpo , enrijecido

E tudo paralisado

Não se pensa

Uma branca névoa se entorna

Toma os olhos

Que das batidas aceleradas do peito

Se encharca

Vontade de correr

Vontade de conseguir sair

De chorar e tremer, se deixar levar

Por aquilo que te consome

Revira as pobres tripas

Frágeis e sonolentas

Tendo um raio a percorrer a espinha

Se pode correr o faz

Se pode lutar se ataca

Mas se o ceifador paira

Apenas a alma o satisfaz

Não há titulos

Não há pesos

Apenas a sensação de que afinal

Ou será agora ou jamais

A mente esfria e disso pode se fazer um vício

O perigo limpa a mente perturbada

Ativa partes desligadas

E abre de novo portas esquecidas

Que se fortalece com a saída

E cresce conforme o risco tomado

Senhor de toda inglória

Senhor de toda franqueza

Que em sua criação

Entristece e gera o peso

Que foi por um bom tempo

O motivo para toda nossa união

Unção movida para proteção

Muros construidos por motivos de guarnição

Correntes erguidas em tom profano

Tudo isso apenas em uma frágil busca

É melhor ter um berço

Repleto de espinhos por dentro

E rosas por fora

Do que aceitar ter de caminhar sozinho

Uma lição em si

Para aqueles que decidem por fim em sua tirania

E aceitar de uma vez

Toda a carga de sua vida

Vams
Enviado por Vams em 06/11/2010
Reeditado em 18/11/2013
Código do texto: T2600130
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