Noturno

Insônia...

E essa porra de dia

Que não raia!

Ao longe ouço um carro,

Quebrando o silêncio da cidade

Que dorme, cansada, fatigada...

E preguiçosa.

Somente meu cérebro,

Nesta madrugada,

É quem continua o trabalho

Estafante e incessante de pensar.

Penso em tudo...

Trabalho, relacionamento, futuro...

O preço do pão e a origem do universo.

As horas avançam

Sem minha avença.

O tempo não pára

Para ninguém.

A calmaria das horas

E o negrume da noite

Aliada aos silêncios das coisas

Não são suficientes para dobrar-me

O cérebro e fechar-me os olhos,

Os quais, olho no espelho,

E já os vejo vermelhos.

O tempo não pára,

As horas avançam,

Mas o dia não raia.

Segue, lenta e sem-vontade, a vida...

E como esta madrugada,

Continua, para uns, sem que o Sol brilhe.

(Danclads Lins de Andrade).

Danclads
Enviado por Danclads em 04/11/2010
Reeditado em 28/11/2010
Código do texto: T2597359
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