MIL TERÇOS

E só meus dedos magros

Poderão contar as contas

Enfileiradas do terço...

Meus próprios dedos,

Falanges fiéis de meditar

Rogo por mim.

Sussurros

De eu mesmo ouvir,

De eu mesmo acreditar...

Confio. Digo

E ouço a petição,

Avalio,

Defiro a oração,

Recrimino,

Dou-me a absolvição

Ladainha de mil endereços

De redenção

Condição feliz do mesmo lugar

Em contas calculadas de marfim

Que importa?

Um terço de se rezar é assim

Impreca-se a reza...

Uma hora dessas, de tão esgotada,

Chega-lhe ao fim...

Rezar

Mil terços

Nem mais

Nem menos

E que igrejas fechem-me portas

E me excomunguem

Se não mais aceitam carolas

E suas cambotas espetaculosas

De idiossincrasias