DOCE ILUSÃO

Qual a diferença do hoje para o amanhã?

O futuro que fascina e ilumina

Podres mentes de reles mortais,

Com suas vidas medíocres,

E falsa sensação de liberdade, controle, decisão.

Se não estamos dentro, estamos fora,

Sem saber o lado realmente,

Apenas sobrevivendo,

De maneira gananciosa, quando pobres,

Arrogante, quando ricos,

Porém no fundo, atônicos.

Desigualdade, um objeto em liquidação,

E todos buscam, como piratas baratos.

Hoje é o dia da desforra.

Veio então ao poder um governante que não conhecíamos,

E o Sol deixou de nascer... No leste,

Migrou para o sul, em busca de férias congelantes,

Como reflexo do que sou agora,

Cego, e sem bengala ao caminhar,

Tropicando, tropeçando em trapaças,

Que muitos em suas ignorâncias,

Em meio à falta de sensibilidade,

E tantos outros que tampam os olhos,

Ficam com suas percepções embaçadas.

Alguns com instinto assassino,

Se valendo do jogo,

Outro fugindo,

No estouro da manada.

De certo estamos longe da democracia,

Sendo tocados como Steinways Grand Pianos.

Olhem no espelho e reflitam,

Pois quando me olho não gosto do que vejo.

A população observa o abismo,

E dentro dele nada lhe observa,

E vagam atordoados.

Sou macaco velho.

Esperto demais, inteligente demais,

Para acreditar em velhos ditos, em novos mitos:

De mudança, democracia, liberdade.

Estórias de ficção,

Criadas para apaziguar as podres mentes de reles mortais.

Atordoadas.

Ah, a resposta: nenhuma.

Diego Fernandes

28/10/2010

http://poesiasingular.blogspot.com

Diego Fernandes Emiliano Silva
Enviado por Diego Fernandes Emiliano Silva em 28/10/2010
Reeditado em 28/10/2010
Código do texto: T2583942