Doce boca que tanto me mentiu

Á um libertino

Que pode? Estar tanto me perturbando!

Nesta altura de minha vida...

Já estou quase na meia-idade,

Isso é os fantasmas de minha infância,

Minha ingenuidade e covardia.

Ó inferno! Não sou culpada!..

Nunca tirei nada de ninguém!

Foi apenas doidamente!

Que roubei o coração dum homem!

Que é de outro... Alguém!

Como eu poderia saber?

Se ele não me contou...

Como eu poderia saber?

Até mesmo o nome verdadeiro me ocultou;

Nas noites...ele deitou na minha cama,

Ficou comigo... Ate o amanhecer,

Cobrindo a minha boca com beijos...

Acariciando os meios seios com rosas;

Suspirando em meus ouvidos,

Falsas histórias, Vulgares mornas prosa.

Louco pássaro inconseqüente!

Don Juan Mentiroso! Libertino!

Nos enleios de tuas mentiras...

No cativeiro que tu mesmo criaste!

Tu a qual uma ave tonta caiu,

Veio-me pelo sexo e desejo!

Ó doce lábios!

Ó divino beijo!

Ó doce boca que tanto me mentiu...

Tolo não sabia que se perdeu?

No primeiro instante em que me viu!..

Luísa Drummond

A Dama Sem Piedade

Quinta-feira, 28 de outubro de 2010

luisa drumond
Enviado por luisa drumond em 28/10/2010
Código do texto: T2583712
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